Cada cão tem personalidade própria. Alguns são agitados e outros são serenos; alguns brincalhões, e outros reservados; alguns mais afetuosos, e outros mais independentes. Mas todos nascem com a mesma boa índole. Seja qual for sua personalidade, cães já nascem com inclinação naturalmente pacífica, tolerante e conciliadora. Cães de caráter, temperamento ou gênio ofensivo/agressivo são resultado de incidentes infelizes ou de erros de educação. É por isto que se costuma dizer que O cão é o retrato do dono!
Por motivos diferentes, Pitbull e Labrador são raças de cães incompreendidos. São assíduas as notícias de ataque de Pitbulls contra pessoas e outros animais (embora a disposição agressiva da raça só se manifeste quando induzida por educação errada). No extremo oposto, não se ouve falar em agressão por Labradores, porque simplesmente não é de sua natureza. Pelo contrário, Labradores são cães de índole naturalmente pacífica e afetuosa, particularmente com crianças e com o "dono" (melhor seria dizê-lo tutor). Sobre Labradores as notícias são raras (se existentes), porque, quando há confronto, as vítimas são eles. Em contrapartida, os Labradores comumente não resistem a roer e destruir objetos inanimados...
Mais do que um "retriever" (recuperador da caça intacta para o dono - inclusive na água), o Labrador é versátil e confiável, o que o faz ideal como guia para cegos ou farejador nas mais variadas atividades (como localizar pessoas desaparecidas ou perceber drogas ou explosivos em malas em aeroportos).
A maioria dos Labradores adora água, e poucos resistem à tentação de mergulhar no mar, em rios, lagos e piscinas (quem tem Labrador, em casa com piscina, deve providenciar uma via de fuga para o cão, para evitar que se afogue!).
Labradores são afáveis, entusiásticos e (em ambientes abertos) muito brincalhões. Gostam de brinquedos e interagem muito. Com um Labrador saudável e equilibrado não existe solidão ou tédio.
Sem pieguice, Labradores são antes de tudo amor genuíno, no sentido mais genérico e amplo. São-lhe naturais o afeto e dedicação ao dono, que ama incondicionalmente, e a quem se dedicam de maneira comovente.
Mas cão e homem falam "idiomas" diferentes, o que lhes rende desentendimentos lamentáveis, porque...
... Homem é RACIONAL - Cão é EMOCIONAL.
... Para o homem predomina o TER - Para o cão, o SER.
... O homem TROCA - O cão DOA.
Qualquer que seja a raça, filhotes são adoráveis e tentadores, e é difícil resistir ao impulso de adotá-los antes mesmo de percebermos que os cães não têm menos alma do que nós. Antes pelo contrário. Se considerarmos que o nosso amor é fundamentado na permuta, e que o amor do cão se baseia em doação, convenhamos, a Bíblia poderia ser resumida a Sê como o cão.*
Alguém já viu o cão de um mendigo abandoná-lo para seguir uma madame cheia de jóias? Quem é o "superior"???
(*) Em Fundamentos da Psico-História: O Estudo das Motivações Históricas, Lloyd deMause narra, de maneira arrepiantemente detalhada, quão cruel o homem pode ser (até mesmo contra sua própria prole), não raro com a conivência da "moral" reinante ao longo de toda a história humana registrada. Em contraste, aos cães é natural uma "ética" de mútuo amparo, estendida aos próximos de outras espécies - privilegiadamente o homem (que nem sempre retribui).
( v. exemplo emocionante: www.snopes.com/photos/animals/jasmine.asp )
Tive cães de várias raças, e amei todos eles, mas a reciprocidade maior foi com Labradores. Tive três fêmeas de Labrador (hoje estou com a quarta). Com elas aprendi muito - mas não antes de alguns traumas bilaterais (as burradas foram minhas...!), porque o Labrador é um "mastigador profissional" - mastiga de tudo... E é essencial que o adotante saiba disto de antemão!*.
(*) Três exemplos tristes:
(1) Minha Labradora Champagne Candy "comeu" bolsas, pastas de documentos, correspondência internacional (ainda não lida), além do estofamento do carro e até os limpadores de parabrisas e o capacete e as partes expostas da motocicleta.
(2) Minha Labradora Chocolate Fada fez o mesmo com celular, controle remoto da TV, barbeador elétrico, e destruía o jardim, "acintosamente" depositando as plantas arrancadas na soleira da minha porta, onde sabia que eu as veria. Para aplacar o meu destempero, o adestrador me explicou que eram "presentes", ou manifestações de bem-querer por mim, bem à maneira do namorado que oferece flores à namorada... Quando minha ficha caiu, passei da ira à vergonha pela minha ignorância e interpretação injusta (a meu favor, nunca feri um cão).
(3) Minha Labradora Champagne Laka, excepcionalmente inteligente, abre trancas com facilidade, e (não me pergunte como) destrancou meu carro e, na tentativa frenética de sair do carro, destruiu seu interior (além da pintura externa, nas insistentes tentativas de abri-lo - até conseguir). Precisei de muito auto-controle para digerir os prejuízos.
De todas as Labradoras que tive, só Lacta (Labradora Chocolate) tinha por princípio "é proibido tudo o que não for expressamente permitido". Minha irmã tem dois Poodles, autorizados a se deitarem no sofá; observando isto (e até por equidade de espécie), Lacta delicadamente pôs a pata sobre o sofá e nos olhou interrogativamente, em óbvio pedido de autorização para compartilhá-lo com suas pares. Ela tinha um tato que raramente se vê em humanos. Era uma autêntica lady! Viveu comigo os 16 anos mais felizes da minha existência (que me perdoem minhas ex-mulheres...).
O Labrador é cão de campo, de espaços abertos e amplos, e é da sua natureza ser ativo. Quando lhe falta aquele habitat, ele se frustra, e, incapaz de "descontar" nas pessoas, manifesta a frustração nos objetos à sua volta: tapetes, estofados, eletrônicos, fios elétricos (cuidado!)... Afinal, o cão não tem noção de patrimônio, e não sabe que está causando prejuízos! Seguem choques de relacionamento, e confinar um animal de natureza tão "arejada" seria não apenas cruel, mas asfixiaria e destruiria um espírito tão positivo e elevado.
O Labrador é inteligente e facilmente treinável, mas, para isto, é preciso que o dono adicione "tato emocional" à sua racionalidade para entender o idioma do animal e suas necessidades. É investimento de retorno certo.
É comum que o dono imponha ao animal uma "educação" baseada no castigo pelos "erros" do animal. Além de traumático, não é o caminho mais eficaz. A raça entende melhor o estímulo positivo, isto é, premiação pelo comportamento desejável. Tão logo o Labrador percebe que está sendo apreciado por algum comportamento, ele generosa e espontaneamente assume aquela ação como padrão - porque seu desejo instintivo é agradar ao dono!
O estímulo não precisa ser necessariamente comestível. O Labrador é tão sensível à gentileza, que lhe basta um gesto para que ele associe seu comportamento desejável à aprovação em afagos e palavras encorajadoras ("Muito bem!" em tom de estímulo).
Exemplo comum: Quando o dono chega em casa, é natural que o cão o receba entusiasticamente, pulando na pessoa e a sujando. Para ensiná-lo a não pular em você, nunca o agrade naquele momento, mas agrade-o tão logo ele esteja com as quatro patas no chão. Ele logo entenderá e deixará de pular em você.
Adotar um cão é um compromisso bilateral para mais de uma década. Para que o convívio seja gratificante, antes de mais nada comece respondendo a pelo menos três perguntas fundamentais:
- Minha casa oferece condições para que um Labrador seja feliz ?
- Terei tempo para dedicar ao meu Labrador ?
- Saberei evitar/assumir prejuízos materiais até educar meu Labrador ?
Caso negativo, para o bem de ambos, não adote um Labrador. Pense em outras raças (ou gatos, ou peixinhos). Caso as respostas sejam afirmativas, adote-o responsavelmente, e você terá um companheiro fiel, confiável, afetuoso, dócil e divertido.
Com os cães, o mundo não tem sido um bom lugar para se viver.
Sem eles, seria certamente muito pior.
Corolário: Sem afronta às religiões, se admitíssemos haver anjos entre nós, eu teria motivos para crer que Hollywood melhor os retrataria como cães.
E, neste caso, o Labrador estaria entre os arcanjos.
Caes sao espíritos superiores. Adote com responsabilidade.
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